sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Wilhelm Reich Part 1: O psicalista do Orgasmo


Wilhem Reich nasceu no antigo Império Austro-Húngaro, foi acima de tudo um revolucionário, militante socialista que foi expulso do PC por discordar do autoritarismo e psicanalista expulso da Sociedade Psicanalítica por descorda de Freud, escreveu muito além de seu tempo, seus livros que foram na maioria queimados, assim como suas máquinas que foram quebradas, foram sido resgatados pelas correntes de esquerda, que assim como ele viam como inseparável a revolução política da revolução sexual. A base de seu trabalho foi o Orgônio, que era usado por Freud, com o nome de libido, de modo que fosse uma referência, algo psicológico, não material, não um fluido, porém Reich que o estudou como psicanalista, depois de expulso da Sociedade Psicanalítica se voltou a biologia e conseguiu resultados que comprovam sua existência, essa substância seria a base da vida, que estaria em todos os seres inclusive no ser humano, ela poderia se contrair e diminuir ou aumentar e se expandir (principalmente no orgasmo), sua expansão seria o prazer onde ela iria a periferia do corpo, á pele, e causaria descargas elétricas, a ansiedade seria a interiorização do Orgônio. Além de ser extremamente foda na psicanálise, Wilhelm Reich inventou maquinas que segundo relatos curariam o câncer, diminuiria os efeitos da radiação (os elementos radioativos estavam sendo usados em grande escala na época, principalmente em relógios o que causava doenças nas operárias montadoras) e poderiam causar a chuva, porém como nem todos são libertários Reich foi perseguido pela FDA (a agência do governo americano que regula gêneros alimentícios e medicamentosos), sendo acusado de fraude. Em 1957, foi condenado a dois anos de prisão e teve todas as suas obras proibidas. Em dezembro do mesmo ano, um ataque cardíaco o matou na prisão.

“A subjugação milenar da vida impulsiva criou solo para o temor psicológico das massas à autoridade e a submissão a esta, para a incrível humildade, de um lado,e a brutalidade sadística, de outro lado, e foi com base nisso que a economia de lucros capitalista dos últimos 200 anos pôde expandir-se e sobreviver. Que esta massa sofre de miséria inaudita, ela mesma a experimenta diariamente e a todo momento. O fato de querer dar a ela apenas pão, e não todos os prazeres da vida, fortalece a sua humildade. O cerne da felicidade da vida é a felicidade sexual. Nisso, pessoa alguma com algum peso político ousou tocar.”
“O amor, o trabalho e o conhecimento são as fontes de nossa vida. Deveriam também governá-la.” Wilhelm Reich

Estudo da Neurose

"Wilhelm Reich logo cedo ingressou na recém criada Sociedade Psicanalítica Internacional, quando Sigmund Freud ainda desenvolvia os primeiros conceitos da Psicanálise. Foi também um de seus maiores críticos e dissidente. As divergências de Reich que o levaram a afastar-se da Psicanálise foram quanto às origens e aos procedimentos para se tratar a neurose. Reich defendia a tese que uma pessoa é tornada neurótica por mecanismos sociais e políticos. Para ele, a neurose forma-se de fora para dentro, através do meio social autoritário e hierarquizado que impõe ao indivíduo desde cedo padrões e condutas de comportamento que se chocam aos seus.  Este processo ocorre por um conjunto de regras e normas, na maioria das vezes de forma sutil e dissimulada, mas que vai gerando um perfeito ajustamento e diminuição de poder crítico nas pessoas. Reich afirmava categoricamente que, enquanto existir qualquer espécie de regulamentação moral, social ou política limitando a autonomia dos homens, não se poderá falar em liberdade real nem muito menos em saúde emocional.

Além de ser produto de mecanismos disciplinadores e de controle social, a neurose se instala em todo o corpo e não apenas na mente como acreditava a Psicanálise. Com isso, Reich traz para a psicologia uma nova e importante vertente, onde o corpo passa a ser utilizado como diagnóstico (através da leitura corporal) e local da ação terapêutica (através dos exercícios corporais). Reich defendia ser um desequilíbrio energético o que causa a neurose. Mas não apenas uma energia psíquica, e sim a energia única que circula por todo o corpo. Esta energia passou a ser designada de modos diferentes, mas com o mesmo significado: bioenergia, energia orgônica ou energia vital.

A distribuição defeituosa e imprópria da bioenergia, principalmente na musculatura voluntária, leva à formação do que ele veio a chamar de Couraça Caracteriológica ou Couraça muscular do caráter. Reich observou que emoções e pensamentos têm sempre equivalentes físicos e vice-versa. Uma emoção traz consigo mudanças na circulação da bioenergia relacionadas a contrações musculares localizadas e modificações na respiração e na postura física. Assim, se um indivíduo for submetido desde a infância a contínuas situações de medo ou insegurança, por exemplo, as transformações fisiológicas naturais, em vez de circunstanciais, tendem a se cristalizar e se tornar crônica de forma inconsciente. Aquilo que deveria acontecer em situações específicas torna-se contínuo na vida da pessoa, criando-se, então, uma estrutura muscular e postural característica que determina o seu jeito de estar no mundo: o seu caráter. Esta mesma estrutura corporal certamente estará relacionada a atitudes emocionais, criando uma relação direta entre corpo e emoção. Para Reich, a couraça neuromuscular do caráter é a expressão física da neurose. É a materialização corporal dos traços de comportamento e atitudes emocionais do indivíduo, tornando-se uma espécie de corporificação do inconsciente."[1]